O nome do blog é "Camisa 14", mas vou começar escrevendo sobre um camisa 8. Mais especificamente, Toni Kroos, o 8 do Real Madrid, o melhor time da atualidade - mesmo se não ganhar a Champions no próximo dia 3.
Sim, Cristiano Ronaldo é o astro da equipe. É verdade, Bale é o jogador mais caro do elenco. Mas é Kroos que comanda os Merengues, que rege a sinfonia, que dá o ritmo de jogo. Kroos é o Zidane de outros tempos, o armador que Florentino Pérez tentou contratar em Kaká - que também vestiu a 8. Com a diferença de que o alemão atua no campo inteiro: direita, esquerda, meio, defesa, ataque... E ainda cobra todos os escanteios e algumas faltas.
Kroos sempre foi um excelente jogador, mesmo que subaproveitado no Bayern de Guardiola. E vem desfilando um estupendo futebol desde que chegou a Madri. Mas foi somente com a efetivação de Zidane no banco e Casemiro à frente da zaga que o alemão atingiu seu auge - me arrisco a dizer na carreira, exceção feita, talvez, à Copa de 2014, quando foi o melhor jogador da Alemanha campeã mundial.
Com a oferta de talento no Real - tema de um próximo post -, Zidane conseguiu encontrar a formação ideal. E ela é baseada na segurança que Casemiro traz, para que Kroos possa se soltar a distribuir o jogo merengue. Com o volante brasileiro em excelente fase desde que virou titular, o alemão joga mais solto, mesmo que não abandone suas obrigações defensivas.
No último dia 29 de abril, contra o Valencia, Kroos acertou impressionantes 86 passes de 89 . E isso sendo o jogador que mais deu passes no jogo, com mais de 20 à frente do segundo colocado no quesito. Números absurdos para quem atua em todos os lugares do campo durante os 90 minutos. Kroos é o jogador mais completo da atualidade - mesmo que os prêmios de fim de ano não reconheçam isso - e o mais importante do Real Madrid.
Nada como o maestro merengue por excelência para extrair o melhor do regente alemão.
Créditos: Antonio Villalba / realmadrid.com; FourFourTwo Stats Zone
