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Hamburgo agoniza na Bundesliga

  • Foto do escritor: Joana Bueno
    Joana Bueno
  • 5 de mai. de 2018
  • 3 min de leitura

HSV no Volkparkstadion

Hamburger Sport-Verein, ou Clube Esportivo de Hamburgo. Mais conhecido na Alemanha simplesmente como HSV, e no Brasil como Hamburgo. Um dos times mais tradicionais do país e o único que disputou todas as edições da Bundesliga, Primeira Divisão, nunca tendo sido rebaixado.

Quem acompanhou apenas as últimas temporadas do futebol alemão, em que o Hamburgo vem lutando ano após ano contra o rebaixamento, talvez não saiba que os Rothosen (calças vermelhas – apesar de as cores do clube serem azul, branco e preto, o vermelho e branco do uniforme são em homenagem à cidade de Hamburgo) são o terceiro clube alemão mais bem sucedido da história, atrás apenas do Bayern de Munique e do Borussia Dortmund. Uma Copa da Europa (atual Champions League), uma Copa dos Campeões de Copas, seis títulos alemães (três da Bundesliga e três do Campeonato Alemão pré-Bundesliga), três Copas da Alemanha e duas Copas da Liga, além de uma Supercopa da Alemanha e muitos títulos regionais. A última taça, porém, foi levantada em 2003, quando bateu o Dortmund na final da Copa da Alemanha depois de 16 anos de jejum de títulos. Desde então, já são quase mais 16.

No entanto, a crise do Hamburgo já dura cinco temporadas, após, em 2013/14, disputar os playoffs contra o rebaixamento pela primeira vez – e manter-se na Bundesliga com um empate sem gols em casa e um 1 a 1 contra o Greuter Fürth fora. Na temporada seguinte, o inédito rebaixamento ficou ainda mais perto: depois de um empate em 1 a 1 contra o Karlsruhe em Hamburgo, o HSV empatou a partida de volta já nos acréscimos e garantiu a permanência com um gol a cinco minutos do fim da prorrogação. Este ano, com a segunda pior campanha de sua história (28 pontos e 7 vitórias em 33 rodadas até o momento), o Hamburgo agoniza novamente. Tem apenas dois pontos a menos que o Wolfsburg, que ocupa a zona de playoff contra o rebaixamento, faltando uma rodada para o fim da Bundesliga. Neste sábado, ambos os times perderam fora de casa: o Hamburgo por 3 a 0 para o Eintracht Frankfurt, e o Wolfsburg por 4 a 1 para o RB Leipzig. Outra derrota na rodada final, ou uma vitória dos Lobos, fará o relógio do Volksparkstadion, que conta os anos, dias, horas, minutos e segundos do HSV na Primeira Divisão, ser zerado pela primeira vez.

Como não podia deixar de ser, a crise do Hamburgo tem sua origem nas finanças do clube. Má gestão e péssimas escolhas no mercado de transferências esvaziaram os cofres, e nos últimos anos o clube trocou não só de treinador, como também de diretor esportivo como quem troca de roupa – o cargo chegou a ficar vago por um ano entre 2009 e 2010. A política do clube tampouco ajuda, e alguns técnicos deixaram o HSV reclamando das interferências de Klaus-Michael Kühne, bilionário acionista do Hamburgo, na direção do time. Além de deter os naming rights do Volksparkstadion, Kühne fez diversos empréstimos ao clube e, em troca, embolsou um grande percentual das transferências de alguns atletas, como Paolo Guerreiro e Rafael van der Vaart. Diante de todos esses fatores, há anos o Hamburgo não tem um planejamento de longo prazo, concentrando-se apenas em manter-se na Primeira Divisão.

Apesar da fase, os torcedores dos Rothosen permanecem fieis, e o Hamburgo tem o nono maior público da Europa no Volksparkstadion (quarto da Alemanha, atrás de Dortmund, Bayern e Schalke), com média de 53.700 fãs por jogo, uma taxa de ocupação de 93,6%).

A estrutura do Hamburgo também é de dar inveja, e não é a toa que o clube é um dos grandes celeiros de novos talentos da Alemanha. Recentemente, visitei o Volksparkstadion, um dos mais modernos do país, e o centro de treinamento que desenvolve os talentos que vêm tentando manter o HSV na elite fica ao lado do estádio. Uma curiosidade: atrás de uma das tribunas há ainda o cemitério para fãs, cuja grama é a mesma usada no Volksparkstadion, e que faz do Hamburgo apenas o segundo clube de futebol do mundo com um cemitério para seus torcedores, atrás apenas do Boca Juniors.

Torcida, estádio, CT e tradição o Hamburgo tem de sobra. Falta uma gestão responsável para colocar o clube em seu devido lugar.

Crédito: HSV Facebook e arquivo pessoal

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Sobre a autora

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