top of page

As escolhas de Deschamps


Coman e Rabiot não estarão na Rússia

A grande imprensa brasileira fala em Brasil, Alemanha e Argentina como favoritos à Copa. Alguns mencionam ainda a Espanha. Mas quem tem o melhor elenco entre as 32 seleções no Mundial da Rússia é, sem dúvida, a França.

Em se tratando de lista de jogadores, ninguém pode competir com a França. Se analisarmos nome a nome, os Bleus têm atletas para formar não só um time titular favorito, como também um time reserva. E a maioria desses está na casa dos 20 e poucos anos, o que significa que o talento para o Mundial do Qatar 2022 já está garantido. Em campo, porém, são outros quinhentos. Tensões raciais, indisciplinas, choque de gerações e até mesmo falta de pulso – ou excesso – do técnico fazem com que, até o vice-campeonato na Euro 2016 em casa, a França tenha acumulado decepções nos últimos anos.

Exatamente por essa abundância de talento o técnico Deschamps pôde se dar ao luxo de não levar à Rússia nomes como Benzema, Coman, Lacazette, Martial, Rabiot, Debuchy, Gignac, Sissoko, Zouma e Ben Yedder.

Benzema todo mundo sabia que não seria mesmo convocado. Há dois anos o francês de origem argelina não veste a camisa azul, desde que foi detido acusado de envolvimento na chantagem de Valbuena com um vídeo íntimo. Antes mesmo disso, Benzema já não era unanimidade na seleção por se recusar a cantar o hino e por algumas polêmicas declarações a respeito de seu nacionalismo – ou ausência dele.

Esta temporada o atacante realmente não está no seu melhor momento – apesar de mesmo assim ser bastante superior a Giroud, por exemplo –, mas, na época anterior, em que o Real Madrid levou a Champions e a Liga, Benzema foi um dos principais jogadores no estelar elenco merengue e teria lugar em qualquer seleção do mundo. Além disso, sua experiência e poder de decisão são essenciais, independentemente da fase – vide os dois gols diante do Bayern há duas semanas que colocaram o Real Madrid na terceira final consecutiva da Liga dos Campeões.

A presença de Benzema, porém, pode desestabilizar um elenco jovem e inexperiente e que já tem tensões internas suficientes. No entanto, se eu fosse a treinadora dos Bleus, agendaria uma conversa particular com Ribéry para tentar convencer o jogador do Bayern a voltar atrás na decisão de se aposentar da seleção.

Ribéry é outro dado a polêmicas e se despediu da equipe francesa após ser cortado do elenco que disputou a Copa 2014 em cima da hora por uma lesão nas costas. O corte até hoje está mal explicado, e está bem claro que a relação entre Ribéry e Deschamps não é das melhores. No entanto, em termos de futebol, o meia, aos 35 anos, ainda joga o fino e fez uma excelente temporada pelo Bayern.

Entre os jogadores que não ficaram entre os 23, mas formam parte da dos 12 “extras” que podem ser chamados em caso de lesão, dois nomes me chamam mais a atenção: Rabiot e Coman. O volante do Paris Saint-Germain é provavelmente o jogador mais regular da equipe parisiense nas últimas duas temporadas e conquistou a titularidade num elenco que conta com Verratti, Thiago Motta e Lass Diarra – e Matuidi (este sim chamado por Deschamps) até a temporada passada. Implacável na recuperação de bolas, Rabiot também se destaca pela qualidade de passe e pode atuar como meio-campista ofensivo sem dificuldades. Aos 23 anos, é um dos líderes do PSG em campo e mostra uma maturidade que falta a muitos de seus companheiros.

Já Coman perdeu espaço no Bayern com a saída de Guardiola, mas mesmo assim se tornou quase um 12o titular, participando de 32 jogos nesta temporada, com sete gols marcados. O ponta foi contratado para ser uma alternativa a Ribéry, que sofreu com lesões nos últimos anos, e mostrou que pode atuar também pela direita ou ainda como meia centralizado. Aos 21 anos, Coman é presença quase certa no Qatar e, apesar de ter disputado a Euro 2016 – começou como titular, perdeu espaço ao longo da competição, mas disputou a final contra Portugal entrando no início do segundo tempo – a experiência na Rússia cairia bem no currículo do francês.

A verdade é que vários dos jogadores na lista extra – e outros deixados fora de ambas as relações – teriam lugar entre os convocados se a França não tivesse tantas opções para praticamente todas as posições. Se os Bleus encontrarem seu melhor entrosamento dentro e fora de campo, a França é mais que favorita na Rússia.

Os convocados da França são:

Goleiros:

Hugo Lloris (Tottenham)

Steve Mandanda (Olympique de Marselha)

Alphonse Aréola (Paris Saint-Germain)

Zagueiros e laterais:

Djibril Sidibe (Monaco)

Benjamin Pavard (Stuttgart)

Raphaël Varane (Real Madrid)

Samuel Umtiti (Barcelona)

Adil Rami (Olympique de Marselha)

Presnel Kimpembe (Paris Saint-Germain)

Lucas Hernández (Atlético de Madrid

Benjamin Mendy (Manchester City)

Meio-campistas:

Paul Pogba (Manchetser United)

Blaise Matuidi (Juventus)

N’Golo Kanté (Chelsea)

Thomas Lemar (Monaco)

Corentin Tolisso (Bayern)

Steven Nzonzi (Sevilla)

Atacantes:

Antoine Griezmann (Atlético de Madrid)

Nabil Fekir (Lyon)

Kylian Mbappé (Paris Saint-Germain)

Ousmane Dembélé (Barcelona)

Olivier Giroud (Chelsea)

Floria Thauvin (Olympique de Marselha)

Crédito: Guillaume Bigot

You Might Also Like:
bottom of page